sexta-feira, 7 de novembro de 2008

APRENDI...

Aprendi que não importa o quanto eu me importe, algumas pessoas simplesmente não se importam.
Aprendi que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai ferir-me de vez em quando. Mas eu preciso perdoá-la por isto.
Aprendi que falar pode aliviar minhas dores emocionais.
Aprendi que se leva anos para se construir confiança e apenas segundos para destruí-la.
Aprendi que verdadeiras amizades continuam a crescer, mesmo a longas distâncias.
Aprendi que eu posso fazer, em instantes, coisas das quais me arrependerei pelo resto da vida
Aprendi que o que importa não é o que eu tenho na vida, mas quem eu tenho na vida.
Aprendi que os membros de minha família são os amigos que não me permitiram escolher.
Aprendi que não tenho que mudar de amigos, e, sim, compreender que os amigos mudam.
Aprendi que as pessoas com quem eu mais me importava na vida me foram tomadas muito depressa.
Aprendi que devo deixar sempre as pessoas que amo com palavras amorosas. Pode ser a última vez que as vejo.
Aprendi que as circunstâncias e o ambiente têm influência sobre mim, mas eu sou responsável por mim mesmo.
Aprendi que não devo me comparar aos outros, mas com o melhor que posso fazer.
Aprendi que não importa até onde eu chegue, mas para onde estou indo.
Aprendi que não importa quão delicado e frágil seja algo, sempre existem dois lados.
Aprendi que vou levar muito tempo para eu me tornar a pessoa que quero ser.
Aprendi que eu posso ir mais longe depois de pensar que não posso mais.
Aprendi que ou eu controlo meus atos ou eles me controlarão.
Aprendi que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário, enfrentando as conseqüências.
Aprendi que ter paciência requer muita prática.
Aprendi que existem pessoas que me amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar isso.
Aprendi que meu melhor amigo e eu podemos fazer muitas coisas, ou nada, e termos bons momentos juntos.
Aprendi que a pessoa que eu espero que me pise, quando eu estiver caído, é uma das poucas que me ajudarão a levantar.
Aprendi que há mais dos meus pais em mim do que eu supunha.
Aprendi que quando estou com raiva, tenho direito de estar com raiva. Mas isto não me dá o direito de ser cruel.
Aprendi que só porque alguém não me ama do jeito que eu quero não significa que esse alguém não me ame com tudo que pode.
Aprendi que a maturidade tem mais a ver com os tipos de experiências que eu tive, e o que aprendi com elas, do que com quantos aniversários já celebrei.
Aprendi que nunca devo dizer a uma criança que sonhos são bobagens, ou que estão fora de cogitação. Poucas coisas são mais humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse em mim.
Aprendi que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, tenho que aprender a perdoar a mim mesmo.
Aprendi que não importa em quantos pedaços meu coração foi partido. O mundo não pára para que eu o conserte.
Apenas aprendi...As coisas que aprendi na vida

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Ser Homem

Ser homem é carregar vida na morte e morte na vida.

Ser homem é existir preso ao tempo-espaço enquanto se sabe que nossas raízes estão para além das estrelas.
Ser homem é carregar a eternidade em um corpo de morte.
Ser homem é ter a semelhança de Deus em dessemelhança e paradoxo.
Ser homem é desenvolver a consciência entre os espinhos de instintos.
Ser homem é necessitar de amor enquanto não se sabe o que amor é.
Ser homem é gostar de muita coisa que mata.
Ser homem é resistir a muita coisa que salva.
Ser homem é viver dizendo que se ama o que não se abraça e que se odeia o que se carrega.
Ser homem é ser capaz da solidariedade que nem sempre sabe falar de perto.
Ser homem é frequentemente esquecer-se de quem se é enquanto se julga nos outros aquilo que em nós é abundante.
Ser homem é saber de Deus enquanto se existe em fuga.
Ser homem é mentira, é verdade; é vontade, é preguiça; é amor, é capricho; é divino, é diabo; é eterno, é fugaz; é vinho, é vinagre; é fel, é mel, é água, é fogo; é Adão, é João; é Caio — é herdeiro; é lacaio!

Ser Homem verdadeiro é ser o que o homem não é.
Por isso ser Homem de verdade é ser em negação de si mesmo para se poder vir a ser para além de nós mesmos!



Caio Fábio

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Lya Luft - O silêncio dos amantes

"Sem que eu soubesse, as coisas não ditas haviam crescido como cogumelos venenosos nas paredes do silêncio, enquanto ele ficava acordado na cama, fitando o teto, como branco dos olhos reluzindo na enumbra. Se eu o interrogava, o que você tem amor? ele respondia que não era nada, estava pensando no trabalho. A gente sabia que era mentira, ele sabia que eu sabia, mas nenhum de nós rompeu aquele acordo sem palavras. Nunca imaginei o mal que o roía. Era impossível qualquer coisa tornar a morte algo melhor do que tudo tínhamos. Isso era o que eu achava. Ele também falava pouco no passado, a infância numa cidadezinha do interior, o monte de irmãos, os pais morrendo cedo, ele responsável pelos menores. Haveria ali, com uma raiz venenosa, alguma coisa tão triste que o levava a querer morrer?" (Transcrito no Estadão)

"Cogumelos venenosos nas paredes do silêncio" é uma imagem fantástica para o silêncio que corrói, destrói e mata relacionamentos. Silêncio que fala muito alto...que grita com uma voz estridente e insurpotável...
É isso...ultimamente, refletindo sobre silêncio, cheguei a conclusão (nada de novo, claro!) de que existe o silêncio bom (deveríamos aprender com os budistas sobre esse silêncio, sobre quietude...) e existe também o silêncio venenoso que machuca, destrói e mina pessoas...
Será que poderíamos fazer um linking entre esse silêncio com as palavras medo, egoísmo e covardia? Acredito que quando ficamos em silêncio, quando nos recusamos à comunicação tem uma mistura desses três tipos de cogumelos venenosos...e quem morre primeiro? Nós! Envenenados morremos aos poucos...o tolo quando se cala passa por sábio...no entanto, esquecemos que mesmo calado ainda é um tolo!
Há tempo para tudo: tempo de falar, tempo de calar --- o silêncio que mata é quando deveríamos falar e nos calamos! Por quê nos calamos? Queremos proteger nossa zona de conforto? Queremos nos esconder da vida? Não queremos enfrentar a realidade? Não Viver? É...isso é estar morto...escolher se esconder, não viver, não enfrentar...mortos vivos - Qual é o meu nome? Qual é o seu nome?
Jesus nunca se calou quando era necessário falar...e nunca falou quando era necessário calar...vamos aprender com o Mestre...o fato é que a Sua comodidade nunca era o motivo de calar ou falar...mas o próximo...sempre o amor ao outro era o que definia se calava ou falava.
Que Deus nos dê coragem e amor para nunca ficarmos em silêncio quando é necessário falar.
xoxoxo

CARTA – Carlos Drummond de Andrade - Ainda sobre silêncio...

Bem quisera escrevê-la com palavras sabidas, as mesmas, triviais, embora estremecessem a um toque de paixão. Perfurando os obscuros canais de argila e sombra, ela iria contando que vou bem, e amo sempre e amo cada vez mais a essa minha maneira torcida e reticente, e espero uma resposta, mas que não tarde; e peço um objeto minúsculo só para dar prazer a quem pode ofertá-lo; diria ela do tempo que faz do nosso lado; as chuvas já secaram,as crianças estudam,uma última invenção(inda não é perfeita) faz ler nos corações, mas todos esperamos rever-nos bem depressa. Muito depressa, não. Vai-se tornando o tempo estranhamente longo à medida que encurta. O que ontem disparava, desbordado alazão, hoje se paralisa em esfinge de mármore, e até o sono, o sono que era grato e era absurdo é um dormir acordado numa planície grave. Rápido é o sonho, apenas, que se vai, de mandar notícias amorosas quando não há amor a dar ou receber; quando só há lembrança, ainda menos, pó, menos ainda, nada, nada de nada em tudo, em mim mais do que em tudo, e não vale acordar quão acaso repousa na colina sem árvores.

Contudo, esta é uma carta.


(Antologia Poética. 26ª. ed.Rio de Janeiro: Record, 1991, p.74-6)

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Ser livre...

Há muito... tenho pensado sobre o real significado da palavra liberdade, livre...ser livre, o quê significa isso na prática?
O dicionário nos diz que liberdade é a condição de conscientemente fazer
escolhas...poder dizer não e sim simplesmente porque é o que você quer, é no que
você acredita, é pelo que você vive...não porque existe um trauma, uma
experiência, uma mágoa, um fantasma, uma religião ou um desejo que leva você a
decidir por A ou B. Sabendo que C é aquilo no que você acredita. (tradução minha)
Não creio ser capaz de colocar em palavras o real significado de tal palavra porque tenho descoberto ao longo da caminhada que a liberdade é invisivel aos olhos...ela está no coração...é um sentimento dificilmente traduzido...mas que pode ser profundamente vivido!
A Bíblia diz: E conhecereis a Verdade e a Verdade vos Libertará...Será que essa verdade é simplesmente uma Religião ou o conhecimento intelectual de Jesus...Não creio!!! E confesso: durante muitos anos fui uma boa cristã, dentro dos moldes, amava Jesus de todo meu coração e confessava-o como meu Senhor e Salvador...porém ainda continuava no cárcere...
Que cárcere?
O passado, Meus sonhos, Minhas expectativas, Pessoas, Sociedade, Religiosidade, Desejos...e foi preciso um encontro com a Verdade para que eu realmente conhecesse a liberdade...
Que verdade? Quem é essa verdade?
A verdade a cerca de mim mesma, a verdade a cerca do passado, das circunstâncias...a verdade a cerca de Jesus, de Deus...do cristianismo...a verdade a cerca dos meus sonhos, de quem eu era, dos meus desejos...
Depois de me deparar comigo mesma...percebi que apesar de ser cristã, líder, talvez referêncial pra muitos...o quanto precisava de libertação...vivia o cristianismo, amava profundamente Jesus, no entanto era presa aos meus desejos e sonhos...sonho de ter um marido, de ter filhos, de ter um casamento feliz, de ter sucesso, tudo o que a sociedade exige de nós!!!
Fui confrontada com a verdade de que Deus não me prometeu nada disso...porém eu pensava que se fizesse tudo direitinho, Ele tinha obrigação de me dar!! Porque afinal eu era boazinha!!! A filha que ficou! Não fui loucamente atrás do “melhor” dessa vida! Eu fiquei e fui fiel! Mas Ele tinha outros planos pra mim, ele queria me libertar! Queria me mostrar o que realmente é o MELHOR dessa vida, SER LIVRE! Acordar pelas manhãs com a consciência limpa e o coração leve!

Mas e se Deus não te der nada do que você quer e sonha, você
ainda vai amá-lo? Ainda vai ser fiel a Ele? Ele é o seu maior amor? Você quer
viver acorrentada ao Seu amor? Somente ao Seu amor?
Tive que encarar de frente que a resposta para todas as perguntas acima era NÃO – essa era eu! e talvez seja a realidade da maioria de nós sonhadoras!
No fundo, não amamos a Deus a tal ponto de permanecermos com Ele quando tudo sai do jeito contrário do que queremos. Essa fui eu! E o primeiro passo para a libertação é reconhecer isso: que não amamos a Deus a tal ponto de permanecermos fieis a Ele se tudo der errado!
A boa notícia é que Ele pode mudar isso! Quando admitimos para nós mesmas, para Ele e para as pessoas quem somos e pedimos que Ele nos mude, Ele muda e nos leva a um nível inacreditável de amor para com Ele. Então começamos a experimentar a verdadeira liberdade!!! Começamos a experimentar a verdadeira felicidade! Amá-lo e nada mais!
Decidi escrever um pouqinho sobre essa experiência na minha vida porque tenho visto constantemente pessoas desistirem da fé quando Deus não fez exatamente o que elas querem: o namorado dos sonhos não veio ou que sofrem desesperamente porque o carinha que elas querem não sente a mesma coisa, o casamento acabou, o filho não veio, os negócios deram errado, infinitas razões que só nos mostram uma única coisa: precisamos conhecer a liberdade de viver acorrentada a Cristo e somente a Cristo...e vejo que corremos para o “mundo” atrás da tal liberdade e no fundo estamos correndo para a nossa prisão e assumindo quem realmente sempre fomos: prisioneiras dos nossos desejos e sonhos...mas o pior é que não percebermos isso, não vemos! E passamos anos (Eu passei!!! 6 anos pra ser mais exata...) buscando essa tal liberdade no calabouço da prisão!
OPS!!!...estamos falando de liberdade, então como usar a palavra corrente...porque é isso: a verdadeira liberdade está em viver acorrentada a VERDADE, Jesus...o único que nos toca de uma tal forma que ninguém pode fazer...o único que nos ama a tal ponto que não pode permitir que permaneçamos escravas dos nossos proprios desejos e anseios. Ele é o único que pode nos ensinar a ser feliz conosco mesmas...É ele quem nos faz feliz! E nos prepara para fazermos outros felizes!
É proibido sonhar...claro que não! Deus se alegra com meus sonhos...ainda sonho em casar, ter filhos...todas aqueles sonhos comuns de mulheres comuns mas o problema não estar em sonhar, está em ser prisioneira de um sonho - “a minha graça te basta” Um amigo pregou: Quem não aprende a ser feliz sozinha, será uma péssima companhia!!! Uauuuuuuuuuu...entendo e concordo porque já vi isso na prática...quando aprendemos a ser felizes em Cristo, somos livres e damos liberdade, somos leves e soltas...naturais...já não precisamos mais impressionar ninguém, já não precisamos mais usar máscaras, já não precisamos de alguém para nos fazer feliz...somos felizes então estamos prontas para fazer outro feliz...
Oro sinceramente que Deus nos dê a graça de conhecer a verdadeira liberdade...a liberdade de ter em Sua Graça o nosso suprimento emocional, espiritual...